Se tem uma coisa que causa arrepios em quem trabalha no Mercado de Festas é o famoso “quanto cobrar”.
A decoradora ama o que faz, usa o seu tempo para planejar, criar, combinar, mas na hora do vamos ver, que é quanto vai custar tudo isso, ela se sente insegura e muitas vezes até desmotivada.
Isso é normal e acontecia comigo quando eu comecei a trabalhar com decoração. A grande questão é que se você continuar sem saber como formar o seu preço certo, as chances de você abandonar o seu sonho de trabalhar com festas são muito grandes.
Eu sempre digo que amor não paga boleto e o que vai fazer você ficar no mercado não é o número de curtidas das suas fotos no Instagram, mas sim a quantidade de dinheiro que você tem no final do mês.
Precificar corretamente pode parecer muito difícil, mas na verdade temos a tendência de achar o que é difícil tudo aquilo que a gente não conhece. É natural.
O grande problema é que a maioria dos decoradores vão empurrando com a barriga simplesmente porque ainda não entenderam que quanto antes eles souberem precificar corretamente, mas rápido eles vão crescer.
Por isso, eu trouxe aqui 4 DICAS PARA VOCÊ ACHAR O SEU PREÇO CERTO:
1. Saiba seus custos: aqui não entra o achismo, hein! Você precisa saber exatamente quanto gasta em cada festa! Usou um pingo de cola quente? Calcule! Usou um pedaço de fita? Calcule! Dá trabalho fazer isso? Claro que dá! Mas o seu trabalho de hoje é a sua economia de tempo e dinheiro amanhã.
Faça uma planilha. Por exemplo: você usa sempre um mesmo tamanho de laços nas suas decorações. Meça quanto de fita usou e quanto custa este pedaço de fita. Quando for fazer um orçamento, você já sabe que se precisar de 30 laços, eles vão te custar x reais.
Não despreze os pequenos custos. Sozinhos eles são pequenos, mas ao longo de um mês eles podem se tornar muito grandes.
2. Analise a concorrência: eu disse, ANALISAR, não copiar o preço do seu concorrente, sacou? Você precisa entender como os seus concorrentes atuam no seu mercado, incluindo a informação de quanto eles cobram e exatamente o que eles oferecem.Isso é importante para você definir o seu posicionamento de mercado, ou seja, o que a sua empresa vai oferecer e por quanto vai oferecer.
Ouço muitas decoradoras dizendo: “na minha cidade, meu concorrente cobra R$ 300,00. Então eu vou cobrar R$ 250,00 porque eu estou só começando”.
Não caia nesta besteira. Se baseie nos seus custos e não na ideia do estou só começando e quero “pegar mercado”. Mercado a gente não pega, a gente conquista!
Se você estiver com um preço muito mais baixo, não seja a “decoradora do precinho”. Se seu preço estiver muito mais alto, reavalie seus custos ou crie demanda para o seu produto mais caro.
3. Entenda o seu cliente: você já deve ter ouvido falar no termo “Preço Justo”, certo? Mas você sabe o que é? Preço justo é aquele em que o que você cobra é suficiente para pagar os seus custos e sobrar dinheiro para fazer a sua empresa crescer e é aquele que o seu cliente paga “com gosto”, ou seja, ele considera que está levando mais benefícios do que o quanto ele de fato está pagando.
Você só consegue chegar neste “pagar com gosto” quando você entende as necessidades reais do seu possível cliente e consegue supri-las com maestria. Aí, você consegue mostrar para o seu cliente que o seu preço não é só baseado naquilo que é bonito ou feio mas sim naquilo que ele precisa. Quando consegue fazer isso, começa a precificar muito melhor.
4.Saiba quantas festas você tem que vender por mês: se tem uma coisa que eu não vejo no Mercado de Festas são os decoradores estabelecendo metas de vendas.
Quando você acorda no primeiro dia de cada mês você tem contas para pagar, certo? E para que você consiga pagá-las, você precisa de dinheiro.
Este dinheiro tem que vir do seu negócio! Por isso, saber quanto você precisa vender por mês para pagar suas contas e fazer sua empresa crescer é tão importante.
Vou te dar um exemplo: se você vende festas por R$ 500,00 e tem um custo fixo (aqueles que você paga para manter o seu negócio como seu salário, aluguel, água, luz, internet…) de R$ 4.000,00 por mês, logo você precisa vender 8 festas de R$ 500,00 para a sua empresa não ter lucro e nem prejuízo. Baseado nisso, você precisa analisar se você consegue fazer 8 festas por mês e correr atrás delas. Se não conseguir, talvez tenha que alterar seu preço de venda, entendeu? Matemática não tem milagre e analisar números é fundamental para quem quer ter sucesso no seu negócio.
Se tem uma coisa que você não pode adiar dentro da sua empresa é aprender a formar o preço certo. Eu sei que talvez você prefira fazer projeto, saber das tendências, escolher cores. Mas isso não te leva a ter uma empresa lucrativa.
Você pode estar aí morrendo de medo de passar um orçamento para o seu cliente sem saber se está tendo lucro ou prejuízo.
Mas eu posso te garantir uma coisa: depois que você souber quanto você custa, nunca mais vai ter medo de cobrar.
Vamos deixar as desculpas de lado e colocar a mão na massa?
😉
Tati Ulhôa
